M3 Pre-Moldados
A durabilidade e a funcionalidade de um pavimento intertravado não dependem apenas da qualidade da peça adquirida, mas, fundamentalmente, da técnica empregada na sua instalação. O assentamento de blocos de concreto é uma ciência que une geotecnia, engenharia civil e precisão manual. Na M3 Pré-Moldados, costumamos dizer aos nossos clientes no Ceará que o sucesso da obra é uma equação matemática: 50% é a qualidade do bloco (que nós garantimos com produção industrial de alta tecnologia) e 50% é a qualidade da execução (o assentamento).
Muitas patologias comuns, como afundamentos (trilhas de roda), empoçamento de água, quebra de peças e deslocamento lateral, não são defeitos do produto, mas sim falhas no processo de assentamento de blocos de concreto. Um piso H8 de 50 MPa pode falhar em meses se colocado sobre uma base mal compactada, enquanto um piso H6 bem instalado pode durar décadas.
Este guia técnico foi elaborado para ser a "bíblia" da instalação no Nordeste. Com base na norma ABNT NBR 9781 e em anos de experiência de campo em Fortaleza e região, vamos detalhar cada milímetro do processo. Você aprenderá sobre a preparação do subleito, a granulometria correta da areia de assentamento, os segredos do travamento mecânico e como fiscalizar a obra para garantir que seu investimento em infraestrutura seja definitivo.
Antes de pegar na ferramenta, é preciso entender a física. O assentamento de blocos de concreto cria um pavimento articulado. Isso significa que as peças não são coladas com cimento (como na cerâmica) nem fundidas (como no asfalto). Elas flutuam sobre um colchão de areia e são travadas pelo atrito lateral.
O objetivo do assentamento correto é garantir três tipos de travamento:
O erro mais primário no assentamento de blocos de concreto é ignorar o solo. O bloco de concreto é apenas a camada de desgaste; quem segura o peso do caminhão ou do carro é a terra embaixo dele.
No Ceará, encontramos desde solos arenosos (dunas) até argilas expansivas. O engenheiro deve avaliar o CBR (California Bearing Ratio) do solo. Solos fracos precisam ser removidos e substituídos por material granular estável, ou estabilizados com cal/cimento.
A terraplenagem deve prever os caimentos para drenagem da água da chuva. O assentamento de blocos de concreto deve seguir uma inclinação mínima de 2% a 3% para levar a água para as sarjetas. Se o subleito for plano, o piso será plano e a água empoçará.
O solo natural deve ser compactado mecanicamente (rolo compactador ou placa vibratória pesada) até atingir, no mínimo, 98% do Proctor Normal. Se você pular essa etapa, a chuva vai acomodar a terra depois, e o seu piso vai criar "barrigas".
Não se inicia o assentamento de blocos de concreto sem antes fazer as bordas. O sistema intertravado funciona sob pressão. Se as laterais estiverem livres, as peças se afastam com a vibração do tráfego, as juntas se abrem (perda de atrito) e o pavimento perde a capacidade de carga.
Devem ser instalados os meios-fios (guias) de concreto pré-moldado da M3. Eles devem ser assentados sobre uma base de concreto magro e travados atrás com um "bolão" de concreto.
A contenção deve ser rígida. Não use madeira ou terra como contenção definitiva. O confinamento deve circundar todo o perímetro da área pavimentada e quaisquer interferências internas (como canteiros de árvores e bueiros).
Sobre o solo compactado, constrói-se a base. A espessura e o material dependem da carga (H6 ou H8).
O material deve ser espalhado em camadas de no máximo 15 cm e compactado. A superfície final da base deve ser tão regular quanto o piso acabado, respeitando os caimentos. O assentamento de blocos de concreto não corrige defeitos grosseiros da base. Se a base tiver um buraco, o piso terá um buraco.
Esta é a etapa onde a precisão é vital. Sobre a base dura, espalha-se uma camada de material solto onde os blocos serão "deitados".
Tradicionalmente usa-se areia média lavada de rio. No entanto, o uso de pó de pedra (desde que limpo e sem argila) tem ganhado espaço por oferecer maior estabilidade.
Importante: O material deve ser granular e livre de torrões de barro.
A camada deve ter espessura uniforme de 3 a 5 cm no estado solto.
Erro Fatal: Nunca use a areia para corrigir desníveis da base (ex: colocar 2 cm num canto e 10 cm no outro). Onde a areia for mais grossa, o piso afundará mais com o tráfego, criando ondulações na superfície. A espessura tem que ser constante.
Utilize guias (tubos de ferro ou madeira) e uma régua de alumínio para nivelar a areia. O processo é idêntico ao de contrapiso. Após sarrafear, ninguém pode pisar na areia. Se pisar, tem que nivelar de novo. O assentamento de blocos de concreto é feito avançando sobre o piso já montado, nunca pisando na areia à frente.
Chegou a hora de colocar os produtos da M3 no chão. O processo é manual e exige técnica.
O assentamento deve começar a partir de uma linha mestra (um meio-fio reto ou uma linha de nylon esticada em esquadro). O alinhamento das fileiras deve ser verificado a cada 5 metros com linhas transversais e longitudinais. Se o instalador perder o alinhamento no início, o erro se multiplica e o fechamento da obra se torna impossível.
A forma como você desenha o piso afunda a resistência:
Espinha de Peixe (45° ou 90°): É o padrão obrigatório para áreas de tráfego de veículos (ruas, estacionamentos, pátios). Ele garante que os pneus toquem várias peças ao mesmo tempo e trava o piso contra frenagens.
Fileira (Amarração): Aceitável para calçadas e ciclovias.
Dama (Tabuleiro): Apenas para pedestres, pois tem baixo travamento.
Os blocos não podem ser colados zero a zero. Eles precisam de uma junta de 2 a 3 mm para que a areia penetre e crie o atrito. Os blocos da M3 já possuem espaçadores laterais (pequenas saliências de concreto) que garantem essa distância automaticamente ao encostar uma peça na outra.
Use um martelo de borracha para ajustes finos de alinhamento, mas nunca para afundar o bloco. O nivelamento final será feito pela placa vibratória.
Nenhuma área é perfeitamente modulada. As bordas exigirão peças cortadas.
A Regra da M3: Exija cortes com serra de disco diamantado (makita) ou guilhotina mecânica de precisão.
Jamais aceite quebras feitas com "colher de pedreiro" ou marreta. Isso gera peças estilhaçadas, feias e com juntas enormes que comprometem a estrutura.
Peças menores que 1/3 do tamanho original não devem ser usadas, pois se soltam fácil. Nesses casos, o acabamento deve ser feito com concreto moldado no local com a mesma cor do piso.
Após assentar os blocos e fazer os recortes, o piso ainda está "fofo". É necessário passar uma placa vibratória de alta frequência sobre os blocos.
Função: A vibração faz com que os blocos se acomodem no colchão de areia, eliminando pequenos desníveis entre peças vizinhas. A areia de baixo é forçada a subir parcialmente pelas juntas (extrusão), iniciando o travamento.
O assentamento de blocos de concreto só termina quando as juntas estão cheias.
Espalha-se areia fina e seca (areia de rejunte) sobre toda a superfície pavimentada. A areia deve ser varrida exaustivamente para dentro das frestas.
Com a areia sobre o piso, passa-se a placa vibratória novamente. A vibração + o peso da máquina forçam a areia a penetrar profundamente nas juntas, criando uma cunha sólida entre os blocos.
É neste momento que o pavimento ganha rigidez. Antes dessa etapa, se você passar com um carro, os blocos podem se mover. Depois dessa etapa, eles funcionam como um monólito flexível.
O excesso de areia é varrido e removido. O tráfego pode ser liberado imediatamente. Não há tempo de cura.
Para a linha de Piso Drenante da M3, o processo de assentamento muda em dois pontos cruciais:
Não se improvisa em pavimentação. Uma equipe profissional deve ter:
Na M3, muitas vezes somos chamados para avaliar problemas que, na verdade, são erros de execução:
Diagnóstico: Camada de areia muito grossa (acima de 5 cm) ou base mal compactada. A areia em excesso se move, criando o trilho.
Diagnóstico: Falta de meio-fio ou meio-fio mal travado que cedeu para o lado. O piso perdeu o confinamento.
Diagnóstico: Base irregular (pedras pontiagudas sob o bloco) ou uso de bloco subdimensionado (H4) em área de veículos.
Diagnóstico: Falta de compactação com placa vibratória ou variação na espessura da camada de areia.
Para que o assentamento de blocos de concreto seja perfeito, o bloco precisa ser geometricamente perfeito. Blocos de baixa qualidade, feitos em formas gastas, têm variações de tamanho. Um bloco com 10 cm e outro com 10,5 cm jamais ficarão alinhados, obrigando o instalador a deixar juntas abertas ("dentes") que enfraquecem o travamento.
A M3 produz peças com precisão milimétrica em maquinário automatizado. Isso aumenta a produtividade da sua equipe de instalação (o encaixe é rápido) e garante a estética e a função estrutural do pavimento.
Um calceteiro profissional e um ajudante podem assentar entre 35 a 50 m² por dia em áreas abertas. Em áreas com muitos recortes e curvas, o rendimento cai para 20 a 30 m².
Não é recomendado para o sistema intertravado padrão. O uso de "farofa" (areia + cimento) torna a base rígida. Isso impede a drenagem, tira a flexibilidade do sistema e dificulta manutenções futuras (os blocos ficam colados). O sistema foi feito para ser flexível sobre areia pura.
É opcional. A aplicação de resinas acrílicas ou selantes realça a cor, facilita a limpeza de óleo e protege contra sujeira, mas não é obrigatória para a durabilidade estrutural.
Não. A areia de assentamento não pode estar saturada (encharcada), pois ela vira uma "lama" instável e não permite o nivelamento correto. Além disso, a areia de rejunte precisa estar seca para entrar nas frestas.
Pequenas curvas podem ser feitas abrindo levemente a junta (até 5 mm). Curvas fechadas exigem recortes em ângulo de todas as peças ou o uso de modelos próprios para curvas, como o Unistein, que facilita o raio.
Sim. Imediatamente. Essa é a grande vantagem logística para indústrias e condomínios que não podem bloquear o trânsito por dias esperando o concreto secar.
Assentamento de Blocos de Concreto em Chorozinho - M3 Pre-Moldados
